Qual o valor de uma vida?

by - março 17, 2019

Semana passada uma série de tragédias assolou o país e  o mundo. No dia 13, dois rapazes (um de 17 e outro de 25 anos) entraram abrindo fogo em uma Escola de Suzano, cidade que fica há 50km da grande São Paulo. Ao todo foram oito mortes. Dois dias depois foi a vez da Nova Zelândia. Considerado um dos países mais seguros para se viver, a nação neozelandesa foi alvo de um ataque em uma mesquita, onde o assassino teve a audácia de filmar, durante 17 minutos, todo o massacre - anunciado antes em um manifesto de mais de 70 páginas onde o "camarada" destilava ódio puro contra imigrantes, negros, mulheres e todo tipo de pessoa que não fosse o "bonito" e exaltado homem branco. 

A despeito dos questionamentos posteriores sobre porte de arma, bullying, segurança pública entre outros, é preciso ressaltar alguns pontos. O primeiro deles é que no ataque que ocorreu no Brasil, as armas não foram conseguidas de maneira lícita (todas estavam com as numerações raspadas, sinal de que foram adquiridas de forma clandestina). Há anos vivemos m um país onde o porte de armas é proibido e ainda assim nada nos impediu de figurar entre os dez países que mais matam. E pasmém, as mortes, em sua maioria, ocorrem com cidadãos de bem, estes sim desarmados e que veem sua vida minada muitas vezes no simples ato de ir a uma padaria. Estes cidadãos merecem ter condições de se defender e isto é algo que eu, como mãe, defendo e defenderei até o fim. 

O segundo ponto, e o mais importante, é a respeito do valor da vida e da maneira como estamos ensinando as futuras gerações a valorizá-la. Digo isto porque chegamos a um ponto em que o desdém e a desvalorização do ser atingiram um patamar de crueldade elevada: algumas pessoas além de não se importarem com a (vida) do outro não se importam com a própria. E a partir do momento em que a tua própria vida não tem importância para você, que dirá a vida do outro. Entendem a gravidade da situação? É nesse momento que damos vazão a massacres como estes que aconteceram e que, de tempos em tempos, acontecem e tendem a continuar. 

Para um jovem que abre fogo dentro de uma escola e depois se mata, que coisas valem mais pra ele do que a vida? 

Precisamos parar de achar que a educação se limita às quatro paredes da escola, à igreja, à babá e começar  tomar para nós a responsabilidade de não só colocar no mundo mas criar e educar cidadãos de bem. Que aprendam desde cedo, com os nãos de casa a respeitar os nãos da vida. Que entendam que bullying não é brincadeira e que zombar do coleguinha, seja por qual motivo for, pode - literalmente - destruir vidas. Mas devemos ensinar também que independente do sofrimento que nos causarem o mal é do outro e nele deve permanecer. Se vingar de terceiros devido ao sofrimento que lhe foi imposto não é só egoísmo puro mas é sinal de fraqueza de raízes, de fé, de vida, propriamente dito.

É péssimo viver em um lugar onde eu temo pela minha vida e pela da minha filha por sermos mulheres. Temos pela do meu esposo por ele ser negro. Temo, temo, temo.. isso não é vida, honestamente. E enquanto luto para dar mais segurança ao menos para os meus, foco na educação da minha pequena, que nada nada representa toda uma futura geração.

Ensinar e educar, mostrar o valor que uma vida tem (desde sua concepção) e independente de cor, raça, religião ou sexualidade, é dever de cada um de nós como sociedade. E quando nos omitimos desse dever, os frutos são colhidos na forma como vimos nesta última semana. A responsabilidade é dos assassinos SIM mas também é nossa. Vivemos tempos sombrios. Mas se conseguimos trazer as trevas também somos perfeitamente capazes de dissipá-las. 

Qual o valor de uma vida pra você? Pra mim, vale o mundo! E o quão você tem ensinado seus filhos, amigos, companheiros a valorizar isso? Vale a reflexão. 

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2 comentários

  1. O valor de uma vida é incalculável... Não tem "preço". Adorei a publicação :))

    Hoje:- Mesmo que faltem as forças, eu vou...

    Bjos
    Votos de uma óptima Segunda- Feira.

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  2. A vida tem um valor inestimável. Pena que nem todos entendem isso.
    Adorei o texto, apesar de dramático e difícil de ser lido.
    Boa semana!

    Jovem Jornalista
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    Até mais, Emerson Garcia

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